MSD apresenta novos dados de longo prazo de nova molécula experimental para Doença de Crohn e colite ulcerativa

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May 23, 2025 11:07 am GMT-0300

O novo tratamento está em avaliação em Fase 2, no qual 24% dos pacientes testados receberam o tratamento e apresentaram remissão

São Paulo, janeiro de 2025 – A MSD anunciou novos dados destacando o perfil de eficácia e a segurança de longo prazo do tulisokibart (MK-7240), um anticorpo monoclonal humanizado experimental direcionado a um novo alvo, o TL1A (citocina 1A semelhante ao fator de necrose tumoral), na colite ulcerativa e na doença de Crohn. Nos períodos de extensão dos estudos de fase 2, os pacientes considerados respondedores à tulisokibart em 12 semanas de indução continuaram seu tratamento até a semana 50, geralmente mantendo o perfil de eficácia e segurança observadas previamente.

Os dados de eficácia e segurança de longo prazo para tulisokibart, relacionados ao período de extensão aberto dos estudos de fase 2 ARTERMIS-UC e APOLLO-CD foram apresentados em duas apresentações orais no congresso UEG (United European Gastroenterology), em Vienna, contemplando resposta clínica e endoscópica, remissão clínica e efeito sob biomarcadores.

A diretora médica da MSD Brasil, a dra. Márcia Datz Abadi, explica: “a Doença de Crohn e a colite ulcerativa são condições inflamatórias do aparelho digestivo de alto impacto na qualidade de vida dos pacientes, com complicações muito severas quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente. Precisamos falar sobre isso, uma vez que o diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso do tratamento. Um estudo com mais de 200 mil pacientes no Brasil mostrou que a incidência das doenças inflamatórias intestinais teve um aumento de 15% ao ano num período de nove anos em nosso país. É um assunto muito relevante por interferir no dia a dia das pessoas.”

Os resultados iniciais do estudo ARTEMIS-UC, um estudo de prova de conceito de fase 2 avaliando o perfil de eficácia e segurança de tulisokibart em pacientes com colite ulcerativa moderada a grave ativa, foram publicados recentemente no New England Journal of Medicine, além de terem sido apresentados pela primeira vez no 18º Congresso da Organização Europeia de Crohn e Colite (ECCO), em 2023. As descobertas publicadas no New England Journal of Medicine mostram que, após 12 semanas, o tulisokibart apresentou maior perfil de eficácia que o placebo na indução de remissão clínica em pacientes com colite ulcerativa moderada a grave. A publicação também traz dados adicionais de uma análise pré-especificada em pacientes com teste positivo para probabilidade de resposta das coortes 1 e 2.

A  MSD iniciou ainda dois estudos de Fase 3 para avaliar o perfil de eficácia e segurança do tulisokibart em pacientes com colite ulcerativa (ATLAS-UC; NCT06052059 ) e doença de Crohn (ARES-CD; NCT06430801 ). Estes são os primeiros estudos clínicos de Fase 3 para um anticorpo anti-TL1A na doença inflamatória intestinal.

Sobre a colite ulcerativa

A colite ulcerativa (CU) é uma doença inflamatória crônica que acomete o intestino grosso, podendo envolver também o reto. Os sintomas da CU incluem diarreia, sangramento retal, dor abdominal, urgência retal e perda de peso, com alguns pacientes também desenvolvendo complicações como estenoses. A gravidade dos sintomas coloca um fardo substancial sobre mais de cinco milhões de pessoas que vivem com CU em todo o mundo.

Sobre a doença de Crohn

A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória crônica que pode afetar todas as partes do trato gastrointestinal, da boca ao ânus. Os sintomas da DC incluem dor abdominal, diarreia com ou sem sangramento e perda de peso. Esses sintomas, juntamente com complicações como fístulas e estenoses, podem causar uma carga física significativa para os estimados seis a oito milhões de pessoas que vivem com DC em todo o mundo.

Um estudo recente publicado na revista The Lancet mostrou que a Doença de Crohn cresce em torno de 12% no Brasil, especialmente nas regiões sul e sudeste1.

Sobre Tulisokibart

Tulisokibart é um anticorpo monoclonal humanizado experimental direcionado a um novo alvo, o TL1A (citocina 1A semelhante ao fator de necrose tumoral), que está associada à inflamação intestinal e à fibrose. Acredita-se que o tulisokibart se ligue tanto ao TL1A humano solúvel quanto ao ligado à membrana. Estudos clínicos sugerem que o tulisokibart pode inibir vias inflamatórias envolvidas na doença inflamatória intestinal (DII) e ajudar a reduzir a fibrose intestinal, o que pode ser importante na alteração da progressão dessas doenças. A MSD está desenvolvendo o tulisokibart para o tratamento de doenças inflamatórias imunomediadas, incluindo colite ulcerativa, doença de Crohn e doença pulmonar intersticial associada à esclerose sistêmica (SSc -ILD).

Referências

  1. Temporal trends in the epidemiology of inflammatory bowel diseases in the public healthcare system in Brazil: A large population-based study. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(22)00115-6/fulltext